A injeção eletrônica foi desenvolvida para substituir o antigo carburador e logo se tornou um mecanismo obrigatório nos veículos lançados no Brasil, em função dos programas de controle de emissões veiculares. Ainda assim, muitas pessoas têm dúvidas ou sabem muito pouco sobre o seu funcionamento. Você sabia que existem diferentes tipos de injeção eletrônica?
Para prestar um bom serviço aos seus clientes, é fundamental conhecer o funcionamento desse sistema e suas duas versões (analógica e digital). Afinal, a injeção eletrônica é responsável por controlar várias atividades do motor, como a entrada de combustível e a pressão de ar.
Para ajudá-lo, preparamos este post com tudo o que você precisa entender sobre o funcionamento desse sistema e os tipos de injeção eletrônica. Acompanhe!
Entenda qual a função da injeção eletrônica
O sistema de injeção eletrônica é responsável por enviar o combustível, de maneira controlada, ao motor do veículo. Esse equilíbrio é garantido por meio de um chip eletrônico que analisa o funcionamento do motor, ajustando a alimentação, com o objetivo de obter um melhor desempenho e eficiência.
Seu principal objetivo é reduzir as emissões de gases poluentes. Como o chip controla a entrada de combustível e de ar no motor, de acordo com as faixas de rotação, a combustão é mais eficaz. Assim, o veículo ganha maior eficiência energética e, por consequência, tem seu nível de emissões reduzido.
Além do aspecto ambiental, a injeção eletrônica também controla o tempo de ignição, a marcha lenta e, em alguns modelos de veículos, as válvulas.
Confira quais são os componentes da injeção eletrônica
Podemos classificar os componentes do sistema de injeção eletrônica em três grandes grupos, que são os sensores, os atuadores e a central de informações.
De modo resumido, os sensores identificam a condição do veículo, enquanto os atuadores fazem as correções necessárias para garantir o melhor desempenho possível. Confira a seguir como cada um deles funciona.
Sensores
São componentes que analisam o funcionamento do motor e transferem as informações para uma central, ou unidade de comando. Distribuídos em pontos estratégicos do motor, eles verificam pressão, temperatura, velocidade e a proporção dos reagentes na queima do combustível.
Em caso de pane em um dos sensores, o módulo de injeção eletrônica tem uma memória que armazena e registra o problema. O veículo permanecerá funcionando, mas de forma diferente da programação ideal. Ou seja, podem ocorrer falhas na injeção de combustível e o automóvel elevar seu consumo, ou ter a potência reduzida.
Um indicativo de problemas é a luz da injeção acesa no painel.
Central de informações
Apesar de classificarmos os componentes por grupos, a central de informações, também chamada de unidade de comando, é um elemento único do sistema de injeção eletrônica. Ela é responsável por gerenciar o funcionamento do motor, a partir das informações enviadas pelos sensores.
Além de controlar a injeção de combustível, a central de informações armazena dados essenciais sobre os parâmetros de fábrica do veículo.
Atuadores
São componentes que respondem diretamente pela alimentação e queima do combustível no motor. Eles trabalham de acordo com os comandos enviados pela central de informações.
Alguns exemplos de atuadores são os injetores de combustível, bomba de combustível, bobina de faíscas, motor de passo e a ventoinha de arrefecimento. São esses elementos que corrigem o ponto de ignição e o comando das válvulas, além de fazerem a adaptação da marcha lenta.
Conheça as vantagens do sistema de injeção eletrônica
Não foi à toa que a injeção eletrônica se tornou um item obrigatório nos carros: o sistema apresenta vantagens únicas em relação ao carburador.
A injeção eletrônica permite que o motor trabalhe sempre em condições ideais, adequando o consumo de combustível e tornando o processo de combustão muito mais eficiente e econômico, na comparação com os sistemas baseados no uso de carburadores.
Com o aumento da eficiência, o veículo passa a consumir menos combustível, se tornando mais econômico e, consequentemente, reduzindo a quantidade de emissões.
Outra vantagem é que a injeção eletrônica não apresenta problemas na partida do veículo, algo comum aos motores carburados, principalmente em dias frios. O sistema dispensa o afogador e, com isso, as partidas são mais rápidas.
Saiba quais são os tipos de injeção eletrônica
O sistema de injeção eletrônica pode ser analógico, mais simples, ou digital, que permite atualizações de software. Conheça na sequência as características de cada um deles.
Injeção eletrônica digital
Esses sistemas contam com uma central de processamento similar a um computador. A leitura de dados e a resposta são procedimentos automatizados, realizados por meio de um software. Uma das principais vantagens é a possibilidade de emissão de relatórios detalhados sobre as condições do motor, por meio do uso de um scanner automotivo.
Outro diferencial é o fato de que a programação pode ser atualizada, por meio da instalação das novas versões disponíveis do software original. Isso normalmente é feito durante a revisão do veículo e contribui para a otimização do seu desempenho.
Injeção eletrônica analógica
Já o modelo analógico apresenta menor complexidade. Nesse caso, os sensores emitem sinais eletrônicos que geram respostas diretas, automaticamente. Para tanto, basta uma linha de comando para que os impulsos elétricos passem.
A identificação de problemas, na injeção analógica, costuma ser mais simples, pois existe algum sinal evidente da causa da falha, como a queima de uma placa. Por outro lado, esse sistema não possibilita a emissão de relatórios detalhados, como ocorre no caso dos digitais.
Sistemas de alimentação
Além das diferenças básicas entre os sistemas analógico e digital, é importante destacar que existem vários modelos e fabricantes distintos, além de diferenças proporcionadas pelo desenvolvimento tecnológico.
Em relação ao número de válvulas injetoras, existem basicamente dois tipos de veículos:
single point, ou seja, com uma válvula única injetora de combustível;
multipoint, com mais de uma válvula injetora de combustível.
Atualmente, a maioria dos veículos apresenta o sistema de alimentação multipoint, que possui vários pontos onde é injetado o combustível. Nesse caso, existe um bico injetor para cada cilindro.
Cada um dos bicos é preso ao cabeçote e conectado ao duto que vai para a válvula de admissão. Quando o combustível é injetado, já ocorre a mistura com o ar, que entra pelo duto e segue para a câmara de combustão.
No passado, as primeiras injeções eletrônicas eram do tipo monoponto (ou single point), com somente um bico injetor. Esse dispositivo era posicionado como um carburador, no centro do coletor de admissão, e fazia a distribuição do combustível para todos os cilindros do veículo.
Embora essa tecnologia tenha evoluído, quem trabalha com manutenção automotiva precisa conhecer tais características. Afinal, ainda existem muitos veículos com esse sistema de válvula única de injeção em circulação e, para prestar um serviço eficiente ao cliente, é fundamental entender o funcionamento de todas as versões existentes.